EU LOUVO A DANÇA

Eu louvo a dança, pois ela liberta o ser humano
do peso das coisas - une o solitário à comunidade.

Eu louvo a dança, que tudo pede e

tudo promove: saúde, mente calma e uma alma alada.

Dança é a transformação do espaço,  do tempo e
do ser humano,  este constantemente em perigo
de fragmentar-se, tornando-se somente cérebro,
vontade ou sofrimento.

A dança, ao contrário, pede o homem inteiro,
ancorado no seu centro.

A dança pede o homem liberto,
vibrando em equilíbrio com todas as forças!
Eu louvo a dança!

Ser humano, aprenda a dançar!
Senão os anjos do céu não saberão o que fazer de você.

- Santo Agostinho­


E ele sorrindo tomou as mãos de cada um  e os encaminhou para o grande salão.
E a luz de seu coração foi dividida igualmente entre todos os que estavam ali presentes...   os cegos, os leprosos, os loucos, as prostitutas, os cientistas, os burgueses, os mendigos, os intelectuais, os políticos, os homossexuais, as crianças, os velhos, os solitários, os adolescentes, os detentos, os operários, os poetas, os deficientes, os impotentes, os onipotentes, os desiludidos, os iludidos, os carcomidos, os remanescentes... gente de toda cara, de toda tara, de toda fé, de toda beleza, de todo corpo e alma...

Ele falou sobre a salvação e do encontro de um reino mais justo dentro de cada um, pediu que todos se abraçassem, se tocassem e tentassem caminhar juntos, dentro de seu próprio ritmo e harmonia...    Que dançassem a música do aqui e do agora e procurassem sentir o milagre de existir dentro do todo, totalmente entregues aos mandatos do coração.

Com o passar dos tempos, eles unidos por uma roda já podiam se olhar abertamente nos olhos, seus corpos já possuiam o calor do ninho, a leveza e a liberdade resgatadas da verdade de cada um, o brilho da essência...   E conseguiram sorrir a criança mais pura e contemplar o animal que carregavam... 

O tempo então parecia eterno e o espaço aberto e maior. E a roda foi aumentando, tanto que só o salão da vida poderia comportar. No primeiro ficaram enterrados os esqueletos de infinitas  e múltiplas máscaras.

E o mundo daí pode continuar em paz e ser feliz.

Poema de Maria Cecília Borelli Barros


LO IMPOSIBLE PUEDE SUCEDER



Por que tenemos más energía de la que recibimos.
Tenemos luz en los ojos y pájaros migratorios
por que lo imposible puede suceder.

Nuestros pasos plenos de convicción
por laberintos de amor...

Argonautas por el mar desconocido

en busca del becerro interior

por que tenemos la energía del milagro.

La ilusión, el brote en el roble cortado
el huracán con nombre de mujer
y el corazón palpitando
aún sin amor
por que lo imposible puede suceder.

El ángel azul en nuestro lecho
esperando su nuevo destino
por que lo milagroso tiene cara de ángel.

Tenemos hijos en el corto espacio de cien años
y nuestro amor es infinito.

Tenemos una carta de amor en las manos
y grandes trigales dorados
en una espiga del sueño.
Por que lo imposible es lo cotidiano.